Gestões reeleitas e novas devem estar atentas ao custeio de condições básicas dos municÃpios
A partir do dia 1º de janeiro de 2021, os prefeitos reeleitos ou eleitos pela primeira vez irão assumir os 5.570 municÃpios brasileiros em um cenário de incertezas e impactos causados pela pandemia do novo coronavÃrus. O resultado das eleições municipais de 2020, que teve o segundo turno realizado ontem (15) em algumas cidades, exige dos gestores o dever de por em prática seus planos de governo juntamente com a missão de recuperar os cofres públicos que sofrem com o estado de calamidade pública em muitos municÃpios do PaÃs.
Embora cada uma dessas cidades tenham pontos em comum, de acordo com o que prevê a lei para a administração pública, os futuros gestores precisarão lidar com questão em comum em virtude da crise do novo coronavÃrus. “A primeira coisa a ser feita é tomar conhecimento de todos os desafios que uma gestão municipal precisa enfrentar. O prefeito ou a prefeita precisa entender que o municÃpio é o desaguador de todos os problemas da federação por ser efetivamente onde o cidadão vive. Estamos enfrentando um cenário para 2021 com baixÃssimo crescimento econômico, desemprego, inflação e outros problemas trazidos pela pandemiaâ€, afirma o diretor do Cespam, Bernardo Barbosa, especialista em gerenciamento de cidades pela Universidade de Pernambuco (UPE).
Com a pandemia, os municÃpios terão bastante dificuldade de se manterem apenas com a arrecadação da União e dos estados. Por isso, um grande aliando da gestão municipal é o Governo Federal, que deve investir e incentivar as cidades. Bernardo Barbosa destaca que os maiores erros cometidos pelos prefeitos e prefeitas são causados pela falta de recursos para custear condições básicas dos municÃpios. “Como consultor na área, eu aconselho que os gestores eleitos observem as limitações das receitas que deverão acontecer a partir de janeiro de 2021 e acomodem as despesas a essas receitasâ€, pontua.
O diretor do Cespam alerta ainda para os agravantes do contexto pandêmico, já que o problema de saúde público não foi resolvido e promete perdurar enquanto não houver vacinação em larga escala. Mesmo com a vacina, Bernardo Barbosa ressalta que os problemas causados pelo coronavÃrus ainda estarão ecoando. “Nós vamos continuar enfrentando os mesmos problemas, porque o mundo ainda não conseguiu resolver o problema da Covid-19. As dificuldades de novembro e dezembro persistirão ainda para janeiro de 2021 e enfrentaremos inúmeras adversidades também nos anos seguintes, além da instabilidade polÃtica no contexto geral. Temos que preparar os municÃpios para isso, porque essa instabilidade vai desaguar nelesâ€, conclui.